Trasntornada


terça-feira, 20 de setembro de 2016

MUDANÇA DE ENDEREÇO DO BLOG

Estamos mudando de endereço, para um novo domínio.

O endereço do blog novo é esse:



Posts novos, artes e links incríveis.

Vem!!! :)


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Exausta

Muitas pessoas dizem que sou forte, praticamente todos os dias. Pessoas que realmente acreditam nisso, e não me falam essas coisas apenas pra me animar.

Hoje mesmo, na terapia, o próprio terapeuta disse isso. Inclusive um sonho que tive na noite passada, foi interpretado por ele como uma mensagem do meu subconsciente dizendo exatamente isso: “você tem o controle; você é forte o bastante para superar todos os transtornos”.

Mas gente, eu tô exausta.



Tenho noção de que mesmo com todos os altos e baixos recentes, estou numa fase de tomada de consciência muito boa. Nunca estive tão certa dos sintomas, das somatizações e do que se passa. E talvez essa exaustão também seja um sintoma de resistência, do processo de melhora, que meu subconsciente não aceita.

Porque tá difícil.

Como não consigo manter um emprego fixo e controlado, continuo em meu próprio negócio, agora com mais duas opções, além de ‘freelas’ que faço no decorrer do ano. Três negócios próprios, que ao mesmo tempo que me dão o controle do meu trabalho, exigem muito mais disciplina e atenção, para não entrar em fases maníacas. Estou indo bem. Lentamente, beeem lentamente, mas bem.



De vez em quando (sempre) me bate uma vontade de não sair de casa, e medo de ir sozinha em lugares muitos distantes de casa.

Mas está difícil manter o mínimo de rotina que seja, manter o foco e a inspiração. Tenho conseguido sair da cama todos os dias nos últimos meses, e é difícil perceber que essa é uma das grandes vitórias da vida.

É complicado saber minha capacidade em muitas áreas, ver que sou boa em muitas coisas, ser elogiada por meu psiquiatra e ex orientadora do mestrado, e perceber que aparentemente, não vou sair daqui. Estou empacada.



Não vou entrar na questão do sentido da vida, porque isso... está bem longe de existir. Não quero pensar agora.

Esta semana li vários artigos sobre pessoas com transtornos, que conseguiram dar um rumo na vida, tenho acompanhado séries e filmes sobre isso (já virou meu estilo favorito; até a Netflix só me indica coisas do gênero rs). Parecem fatos tão distantes, tão impossíveis pra mim.

Não quero mais cair na neura de pensar na minha idade e me comparar com pessoas “normais”. Mas ainda assim, me sinto encalhada, presa na lama das coisas que não me deixam me mover.



O fato de ter um compromisso religioso amanhã, que esperei o mês todo, ao invés de me deixar animada, está me fazendo surtar, antecipando a distância e a possibilidade de ter que ir sozinha, num local que não faz parte da minha zona de conforto.

Quando me perguntam, geralmente respondo que “tá tudo bem”, que estou “caminhando” ou que tudo isso “faz parte”. Mas na real, estou MUITO cansada, exausta, sem forças. E meu corpo tem respondido da mesma forma.


Mas vamos lá, que tenho três negócios pra dar conta (pra conseguir pelo menos pagar minhas cervejas e cigarros), tenho pessoas queridas para encontrar, e uma espiritualidade pra me acalmar. Exercício? Sai fora! Levantar da cama, fazer minhas refeições, trabalhar e pegar transporte público já são um sucesso!


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Aquele tipo de referência que a gente precisa, para continuar...

Relato incrível de Elyn Saks, mulher com esquizofrenia, contando sua experiência, seus surtos psicóticos e como tem conseguido superar, apesar de ser doente mental.
É bom ter um exemplo desse. Pena que ainda não li nada de alguém aqui no Brasil.
(Muitas lágrimas rolando por aqui).

"[...] Rebel e Val olharam para mim como se elas ou eu tivesse sido atingida por um balde de água fria no rosto. ‘Do que você está falando, Elyn?’ ‘Oh, vocês sabem, o de sempre. Quem é o quê, o que é quem, céu e inferno. Vamos sair para o telhado. A superfície é plana. É seguro.’ Rebel e Val me seguiram e perguntavam o que tinha acontecido comigo. ‘Este é meu verdadeiro eu’, anunciei, acenando os braços sobre minha cabeça. Então, tarde da noite, numa sexta-feira, no telhado da Faculdade de Direito de Yale, comecei a cantar e não suavemente. ‘Venha para o mato ensolarado da Flórida. Você quer dançar?’ ‘Você está drogada?’, uma delas perguntou. ‘Está bêbada?’ ‘Bêbada? Eu? Nada disso, nada de drogas. Venha para o mato ensolarado da Flórida, onde há limões, onde fazem demônios.’[...]"

Ler mais:
http://www.psicologiasdobrasil.com.br/elyn-saks-uma-historia-da-doenca-mental-vista-do-lado-de-dentro/#ixzz4IBHi03Xd